sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Política politicamente incorreta...


Hoje eu conversei com um gaúcho muito bacana. Eu já acho gaúchos bacanas a começar pelo sotaque e acho m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a-m-e-n-t-e sedutor quando eles me chamam de ''guria''... Não me perguntem o porquê. (!) Só não gosto de gaúcho bravo ou irritadinho, porque o tom de voz não combina com o sotaque de rouxinol que eles possuem. Enfim, em determinada parte da conversa ele me disse: ''...Se você quer realmente conhecer alguém, dê poder à ela... Você a conhecerá profundamente!'' e óbviamente eu soltei um ''Compreendo.'' - porque esse é o meu trabalho! - mas depois fiquei remoendo o que ele disse e essa frase me remeteu a dois fatos; o primeiro foi ao ''Senhor dos Anéis'', quando logo no início do filme ''A Sociedade do Anel'' a querida e sábia Galadriel, interpretada por Cate Blanchett , diz:

''O Anel passou a Isildur que teve essa chance única de destruir o mal para sempre... Mas o coração do homem é facilmente corrompido."

Depois me lembrou uma reportagem que vi hoje, que falava da publicação de novos 468 atos secretos em boletins administrativos da rede de intranet do Senado, e tratava de atos que identificavam aumento de salários com pagamento retroativo para servidores.
Sinceramente, eu não curto política - e fazer História não significa que devo gostar de política - e por mais que eu acredite que esses tipos de frases são frases e conceitos deterministas, eu não tenho como negá-los de imediato, embora não concorde 100%. Acredito que o capital possa gerar muitos tipos de mudanças no comportamento e, principalmente, mudanças de vida - e quem é que não quer viver bem? O problema do PODER e, para ser mais específica, do campo político é que ao invés das pessoas ficarem indignadas com o que assistem pela televisão e desejarem que pessoas honestas e sábias ocupem esse tipo de cargo público, elas desejam ocupar o lugar de muitos deles - e não para fazer algo JUSTO, mas para burlar as normas e receber benefícios de formas ilegais e abusivas e, claro, viver bem sem fazer nada e a custa de todos! Esse é o real problema dos dias atuais: O querer trocar de lugar para fazer a mesma coisa! O problema é a indignação e o sentimento de injustiça, não por assistir atos que são contra a ética e a moral civil, mas é por revoltar-se porque não consegue participar de um esquema tão PRÁTICO para ter acesso ao capital, ao montante, aos bens e a vida boa! Logo, ao invés de criticar os senadores/governadores/prefeitos/políticos, eu prefiro criticar as pessoas que os colocaram no poder, as pessoas que desejam um mensalão, as pessoas que tentam de qualquer forma arrumar um cargo público e/ou político não com o intuito de exercer a sua função, mas com o intuito de se aproveitar das regalias que são oferecidas para quem ocupa o cargo...

...E é claro que não estou defendendo nenhum político, sim?

''O caminho do inferno está pavimentado de boas intenções.'' (K. Marx)

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

A criação do Mini Man

Trabalhei com o livro ''O Homem No Teto'' na sétima série, e uma vez ou outra ainda tento ler o final do livro. Gosto muito das imagens do Jules Feiffer, pois elas são extremamente... Simples para transmitir algo em especial. Por mais que ele seja cartunista, ao ler suas tiras fica explícito que seus ''rabiscos'' viram meras ilustrações - no verdadeiro sentido da palavra. A primeira vez que peguei esse livro nas mãos tinha 13 anos e agora tenho 20 nas costas... O tempo voa.

"...O dever de casa ficou para depois. Jimmy precisava de um novo herói. Um herói não maculado pelo julgamento de Lisi e do Pai. Um herói que não era pra ser visto por eles nunca. Ou, se os vissem daqui a uns cinqüenta anos mais ou menos, depois de Jimmy estar velho e quem sabe já ter morrido, eles então pensariam: "Se tivéssemos podido saber quando ele tinha dez anos e meio que era capaz de criar um herói assim!".
Jimmy tentou de tudo, nada funcionava. Foi se sentindo cada vez pior, minúsculo e inútil. Chateado e sem nada melhor para fazer, Jimmy desenhou-se a si mesmo minúsculo e inútil. Uma lâmpada acendeu-se na sua cabeça como acontece nos quadrinhos quando um personagem tem uma idéia. Acrescentou uma máscara negra e uma capa a seu personagem minúsculo e inútil. O resultado deixava a desejar..." {FEIFFER, Jules. O Homem No Teto, página 23. }



Créditos das imagens: Jules Feiffer.